Cartaz da exposição por Jonathan Saldanha



Henrique Neves

16 de Maio - 14 de Junho 2008

Esta foi a primeira apresentação e também o lançamento deste projecto “Para a Internidade...”.

Os dois trabalhos que Henrique Neves apresentou dialogavam com a secção Lusófona da Livraria onde se podem encontrar, entre outras coisas, relatos de navegadores dos séc. XVI. Este artista confrontou-se neste contexto com um passado colonial português ou colonial tout-court e elaborou imagens híbridas por supressão ou sobreposição de elementos significativos e simbólicos. É com este intuito que recicla formatos clássicos ou tradicionais (gravura, bordado), para obter situações de tensão ou de convivência entre linhas duma arquitectura modernista, sofisticada e materiais e técnicas artesanais; ou, ao contrário, elementos próprios da gravura (evocativa de um universo histórico e conservador) transportados e reinterpretados no papel vegetal. Os seus trabalhos contêm portanto um discurso sobre o pós-colonialismo que podemos associar com a arquitectura modernista, vestígio característico do período final da época colonial.

A sua intervenção em colaboração com Clément Darasse consistiu em pôr uma das mesas da livraria em desequilíbrio, pondo debaixo de um dos pés da mesa, livros. Provocando assim um ruído provocatório no quotidiano e funcionamento da livraria...


Ficha técnica: Reproduções de Gravuras Portuguesas, 2008. Colagens, fotocópias A3, papel, papel químico, tinta da china, vidro. 12x 42x30cm. Sem Título, 2008 (em colaboração com Clément Darrasse). Intervenção, livros, dimensões variáveis.  Maison d’Architecte, Casa de Arquitecto, 2008. Técnica mista, toalha de linho, pano de algodão, fio de bordar, tinta têxtil, cadeiras e planta. 93x 93cm, 89 x 70 cm.